Existe vida após o doutorado?

Eu enrolei muito para começar a escrever a edição de Abril da newsletter. Veja só, o mês está quase acabando! O pior é que nem sei apontar o motivo dessa enrolação. Terminei a minha tese de doutorado no fimzinho de Março então não é como se eu tivesse muita coisa para fazer. Suponho que eu estava apenas cansada. Com relação à minha vida pessoal, estou em uma espécie de limbo porque já entreguei a minha tese de doutorado, defendo em Maio e só em Junho começo no meu novo emprego. Resolvi aproveitar esse tempo livre para voltar a me dedicar à escrita criativa.

No início do mês, me fissurei em mexer na minha página de registro de escrita do Notion. Para quem não sabe, o Notion é uma plataforma de trabalho online que deixa os usuários criarem páginas onde podem visualizar datas, tarefas, tabelas etc. É uma ferramenta versátil que eu uso para diversas coisas, inclusive acompanhar meu progresso nos livros que estou escrevendo. É bem útil não só porque me permite ter uma noção realista do andamento dos meus projetos, mas também porque me ajuda a estabelecer metas que funcionam para mim. Minha página de registro de escrita é um pouco inspirada na ferramenta do site do NaNoWriMo (que em breve deve fechar). Eu queria reproduzir algumas das funções desse site que eu gosto, como a habilidade de definir uma meta de palavras e o site te mostrar quantas você tem que escrever diariamente para bater ela. Eu também queria que a página exibisse um contador mostrando quantos dias eu escrevi em sequência — eu acho divertido, me estimula a escrever todos os dias. Fiquei bem satisfeita com os resultados, e pretendo deixar o template público quando eu aprender direito como se faz isso.

Munida da minha ferramenta de organização aperfeiçoada, dei início a uma empreitada que eu tenho tido vontade de atacar faz um tempo: a de escrever dois projetos em paralelo. Mas por que você quer fazer isso, Nina? Não é desafio o suficiente escrever um livro só? Sim, mas a questão é que enquanto eu não quero parar de trabalhar nas continuações de Colégio, eu também gostaria de ter um manuscrito mais vendável guardado na gaveta para quando as agências e editoras abrirem editais. Em questão de tema, eu até acho que Colégio do Lago Transverso é um livro razoavelmente comercial, mas ele tem uma desvantagem: é uma saga. É bem mais difícil vender uma saga para uma editora do que um livro único, por diversos motivos. Por isso, eu queria ter uma história de volume único para oferecer caso apareça a oportunidade para uma publicação ou agenciamento.

Não se preocupem que a minha prioridade continua ser terminar Colégio do Lago Transverso. Se eu não estiver conseguindo lidar com a escrita de Colégio 2 e Noite (meu novo projeto) ao mesmo tempo, largarei Noite sem dó! Porém, por enquanto eu tenho tempo livre e a minha empreitada de escrever dois livros em paralelo está dando certo. Terminei o primeiro capítulo de Noite e o décimo primeiro capítulo de Colégio 2. Algo interessante que notei sobre Colégio 2 é que os capítulos desse livro são em geral bastante longos. A média de tamanho está entre 4 mil e 6 mil palavras. Como consequência, o meu progresso sempre parece um pouco lento para mim, uma coisa meio: “Meu deus, eu escrevo e escrevo e escrevo e esse capítulo não acaba”. Ainda assim, depois que terminei esse último capítulo, notei que já passei da metade da história. São mais de 50 mil palavras escritas no total. Minha estimativa é que Colégio 2 tenha cerca de 100 mil. Para efeitos comparativos, Colégio 1 tem mais ou menos 90 mil palavras, então será um livro de tamanho parecido, talvez um pouquinho maior.

Melhor ainda é que estou finalmente chegando no ponto da história onde posso reutilizar parte do meu texto antigo. Originalmente, Colégio do Lago Transverso era para ser um livro único, então várias das cenas que ocorrem após os eventos do primeiro livro foram escritas lá em 2020. Poder reaproveitar essas cenas vai ser uma mão na roda. Muitas delas eu vou reescrever, porque se eu já não estava super satisfeita com elas lá em 2020, imagina cinco anos depois. Dito isso, tem um capítulo do Damian entre essas “cenas cortadas de Colegio 1” que eu amo e devo jogar na história praticamente do jeito que tá. É engraçado, não é como se o Damian fosse meu personagem preferido, mas todos os meus capítulos preferidos são do POV dele. Acho que é porque os capítulos dele quase sempre trazem consigo elementos de horror.

Enfim, são essas as atualizações de Março (Abril?). Como sempre, obrigada por acompanharem o Cházinho Cosmomântico e até a próxima! ☕✨